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Parto Natural por Paloma Alvarenga Côrtes

Categoria: Ensaio de Família, Parto

Nossa fotógrafa, Isabela Rosa, acompanhou o emocionante parto natural do André.

O depoimento abaixo nos foi enviado pela própria mamãe, que ao receber as lindas fotos, compartilhou sua história conosco.

Parto Natural por Paloma Alvarenga Côrtes

08/05/2018 – 01:24h

Tinha acabado de escrever o relato dos meus dois partos e recebo a mensagem da Bela com as fotos do parto do André! Que presente de 1 mês de vida desse meu pequeno!!! Aí vou vendo nas fotos todo o processo. E percebo que já não me recordava de tudo com detalhes. Começa com as fotos no “mercadinho” próximo ao Sofia. Junto com o Pedro, meu mais velho, então com 2 anos e 2 meses. Um ser de luz que veio me acalmar e me ensinar a ter paciência. Mas eu teimo em não aprender e fico querendo controlar o incontrolável…

Tudo acontece no seu tempo. E isso ficou bem marcado nas fotos – o que eu amei!

Seguimos para avaliação na casa de parto. Às 19:06h: 6cm de dilatação. Internação. Despedida do Pedro, que segue para dormir com os avós paternos. Foi melhor para ele.

 

Eu ainda sorria e o pai também. E minhas caretas nem eram das mais feias ainda! Rs

Vamos para o chuveiro e recebo o antibiótico na veia (meu exame de streptococcus B deu positivo), enquanto a banheira está sendo cheia.

O fato de ter um acesso venoso me incomodou muito. Talvez até tenha contribuído para que eu ficasse tão queixosa.

Vamos para a bola – era boa, mas não me sentia segura, pois queria levantar e agachar mais. Enfim, eu estava sem lugar.

Então a banheira fica pronta. Ah, banheira!… Sempre boa e ruim. Boa porque me relaxa e a água quente parecia fazer as contrações ficarem mais fortes e intensas (o que eu até gostava, porque sabia que assim o TP caminhava). Mas ruim, porque não consigo ter uma posição suficientemente relaxante para descansar e também não consigo ajudar nas contrações.

A Jordânia então aparece pra mim enquanto tô nas minhas reclamações infindáveis. Como eu reclamava. Falava sem parar. Igual ao Pedro em seus momentos ruins típicos da idade dos dois anos…

 

E o tempo vai passando… E fico mais incomodada na banheira. Saímos dela, então. Vamos para a banquetinha. E minha falação-queixa continua. Nada do que me falavam era bom. Eita, mentezinha que não desliga!…

 

Para não falar mentira, vendo as fotos acabo de me lembrar que tiveram dois momentos que o que me falaram me confortou: a Adrinez apertando minha testa e dizendo que as contrações eram ondas, para eu não me apegar, que elas vinham e iam (foi maravilhoso) e o Diego dizendo que iria dar certo (eu realmente acreditei, porque ele não é de falar muito e fiquei positivamente surpresa e motivada).

Pena que foram só esses momentos que confiei nas pessoas. No resto do tempo era queixa e insegurança…

Voltamos para o chuveiro. Melhor que a banheira!

Mas mesmo assim a dor era constante e eu já não tinha mais forças para ajudar no TP. Ainda tinha que tomar mais uma dose do antibiótico (antipatia, viu – se eu tivesse outra gestação, não faria esse exame novamente!).

Pedi intervenção. Pedi cesárea. Exagerada, eu sei. rs Mas realmente eu não conseguia mais. Jordânia, então, sugeriu outras intervenções antes desse último recurso. Pedi analgesia, para, então, tomar ocitocina.

Então, fomos para a maternidade. Fui calada na cadeira de rodas. Sentindo as dores, mas quieta.

Chegamos em uma maca com um biombo e somente um acompanhante poderia ficar comigo.

Ficamos eu e Diego aguardando uns poucos minutos, quando senti uma forte contração e a bolsa estourou. Novamente, só estávamos nós dois. Gritamos e logo a Jordânia respondeu e apareceu: “Paloma, você sabe que depois que a bolsa estoura seu trabalho de parto vai rápido, né? Lembra da outra vez?” Não, eu não me lembrava. E achei que era só uma forma dela me tranquilizar. Ela me questionou se eu queria mesmo aguardar a analgesia, já que o anestesista ainda não estava disponível, ou se voltávamos à casa de parto. Eu quis aguardar ali na maternidade pelo anestesista.

Fomos, todos, então, para um quarto gelado, com uma vista maravilhosa da noite com a lua começando a minguar! Senti mais uma contração e vi a banquetinha. Sentei mais do que rapidamente nela.

Veio outra contração. Diego a minha frente, Gabi atrás, Jordânia ao lado e Bela em pé, atrás do Diego, registrando tudo. Mais uma contração inexplicavelmente loooonga e dolorida – André coroa, sinto a queimação, mas ele não volta e a contração não para, Jordânia me pede para lembrar de respirar, mas eu só consigo responder que não consigo, uma onda muuuuito forte, uma força descomunal, que eu simplesmente não conseguia entender, muito menos controlar.

E o André nasce! De um puxo só! Diego pede auxílio para a Jordânia amparar o André. Claro que ela estava pronta para isso – pega o André, que aparece com uma circular de cordão no pescoço, desvencilha ele e me entrega.

Todo cheio de vérnix caseoso! E já fez cocôzinho (também não me lembrava desse detalhe, mas tá ali nas fotos!)

E o amor transborda no meu peito. Assim, imediatamente. Eu queria consolá-lo, pois já nasceu chorando (acho que pelo frio que estava no quarto, ou será pelo tanto que eu reclamei durante o TP?). Então, após 6/7horas de TP tenho meu segundo filho nos braços.

E minha intuição estava certa: foi no seco. Mas o medo e a insegurança, apesar de atrapalharem o processo, não venceram.

 

André foi esperto e deu um jeito de não receber mais nenhuma medicação via parto! Também já chegou me ensinando. Sigo tentando aprender com esses seres de luz que me estão sendo confiados.

Parir é maravilhoso.

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